Lei é potoca

Escrevo ainda no calor da hora e sem muitos detalhes sobre a decisão judicial que decretou o fim da greve dos professores, mesmo assim não abdicarei de emitir minha opinião.

Creio que minha opinião não será bem interpretada e talvez atraia divergências, principalmente da ala mais radical, mas é preciso reconhecer o tamanho, a força e a disposição da categoria e este seja o nosso ponto nevrálgico; o ato de hoje não deixa dúvidas.

O que deve ser feito pela categoria: Manter a greve ou acatar a decisão judicial?

Acatar a decisão e retornar ao trabalho, não segunda e sim na terça-feira!

Eis o motivo:

1- A greve só acaba após a assembleia da categoria e decisão do juiz só vale depois de publicada e as partes devidamente notificadas, portanto, até a próxima assembleia não estaremos desobedecendo a determinação judicial;

2- A decisão do juiz determina que não haja descontos dos dias parados e a devolução do que já foi descontado;

3- A decisão do juiz reconhece o direito dos professores em relação ao Piso e ao PCCR;

4- O fim da greve seria um recuo estratégico, mas a pressão da categoria continuará, inclusive com ações na própria justiça.

5- A greve não é o único instrumento de luta; ele é o mais importante e o que causa mais impacto, mas não é o único.

Agora, é hora de voltar às escolas e politizar os alunos e seus pais e na próxima eleição responder à altura a este governo que não respeita a categoria dos professores, que não aceita pagar o Piso Salarial, lei estabelecida pelos três Poderes da República, mas que para o atual governo não vale nada. Confirma-se a tese de que LEI É POTOCA!.

Marcelo Carvalho