Quando cheguei à sede do Paysandu Sport Clube para participar da assembleia que decidiria os rumos da greve da categoria tive dois pressentimentos.
O primeiro era de que o local era inadequado, pois imobilizava os professores, a disposição das cadeiras impedia os diálogos com os demais colegas. Tradicionalmente as assembleias eram realizadas no Centro Social de Nazaré, este local é amplo e reserva bom espaço entre as cadeiras o que possibilita grande mobilidade e intensa conversação entre os professores, na maioria das vezes tais conversas são mais importantes e produtivas do que as “falas” das lideranças, pois nos diálogos paralelos é que identificamos os sentimentos da base, as suas intensões.
Toda esta riqueza política foi perdida na última assembleia em razão da decisão de mudar o local da assembleia, do deslocamento do Centro Social de Nazaré para a sede do Paysandu. Reconheço que esta decisão foi aprovada pela categoria na reunião realizada em frente a SEPOF. Porém, acho que ao aprovar tal mudança muitos não tinham ideia de como era a sede do Paysandu, muitos não sabiam que lá não daria para conversar, ouvir os colegas, que lá todos ficariam sentados e imobilizados.
O resultado final foi o que foi e embora concordasse com o resultado final, ou seja, com a decisão de suspender a greve, discordo do método e proponho que nunca mais façamos assembleia no Paysandu.
O outro pressentimento foi de que a presença de muitos professores vestidos com camisa do Clube do Remo traria má sorte, mau agouro ao próprio Paysandu, e infelizmente meu presságio estava correto, ainda não foi desta vez que o “bicola” ascendeu à 2ª divisão.
Marcelo Carvalho
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