Ao iniciar esta postagem
faço os seguintes esclarecimentos:
- Não sou reacionário;
- Sou sindicalizado;
- Não gosto de escrever
contra o sindicato, acho que não ganho nada ao desvalorizar o sindicato da
categoria.
Mesmo com as convicções
acima expostas, não posso fechar os olhos e fingir não reconhecer os equívocos
da atual direção do SINTEPP. Como diria a canção de Milton Nascimento: “Quem
perdeu o trem da história por querer, Saiu do juízo sem saber, Foi mais um
covarde a se esconder”.
Não tenho vocação para a
covardia!
Esta semana os professores
da rede estadual de ensino realizaram duas paralizações, uma de caráter
nacional e outra estadual. A primeira foi convocada pela CNTE e focava na
reivindicação sobre o Piso Salarial Nacional dos Profissionais da Educação. A
segunda convocada pelo SINTEPP tinha como eixo central o PCCR da categoria.
Os professores e técnicos em
educação aderiram massivamente ao primeiro dia, segundo informações da própria
SEDUC, a paralização foi de quase 100%. O segundo dia, registrou também significativo
número de adesões.
Houve caso ainda de escolas
que paralisaram os dois dias, mostrando a força da categoria e sua disposição
para lutar pelos seus justos direitos: PCCR e Piso Salarial.
Há uma atitude inteligente
da categoria em lutar pelo piso, pois de certa forma, se concretizado um valor
nacional, a luta reivindicatória por melhores salários seria deslocada das
esferas municipais e estaduais e seria travada no plano nacional: pressão sob o
Ministério da Educação para a fixação de um piso, cujo valor seja corrigido
anualmente, criando as condições para a melhor remuneração dos profissionais do
magistério.
A luta nos municípios e
estados seria para assegurar o efetivo pagamento do piso. Além é claro de lutar
pelo PCCR, por melhor infraestrutura, por segurança nas escolas, pelo cumprimento
integral do calendário escolar, por ensino de qualidade etc.
Quero dizer que os
sindicatos estaduais ainda terão sua validade, ainda serão necessários como instrumentos
da categoria para fazer avançar suas conquistas.
Para a categoria aderir ao
chamado da CNTE foi uma opção lógica, legítima, e talvez isto tenha contrariado
o SINTEPP. Medo de perder o papel de protagonista em defesa da categoria dos
profissionais da educação. Este sentimento, talvez, explique o boicote do
SINTEPP para o ato nacional em defesa do piso.
O SINTEPP não mobilizou para
o dia 16, porém quase 100% dos professores paralisaram. O que pensar?
A categoria se move cada vez
mais com autonomia, com liberdade, sabe reconhecer qual a sua verdadeira luta.
Para o SINTEPP a culpa pelos
dois dias de paralização é do MEC, pelo menos é que está escrito no site do
sindicato:
“ABONO DAS PARALISAÇÕES - Em
relação às paralisações dos dias 16 e 17 de agosto, o Governo reconhece que o
MEC fez uma confusão, pois a prioridade defendida pela categoria foi o dia
17/08 e não no dia 16, com a complacência do MEC, pois foi encaminhada através
de ofício às escolas de todo o Brasil que existiria uma paralisação nesta data
e, que por isto, a Olimpíada de Matemática seria transferida para o dia 17/08,
prejudicando a mobilização do SINTEPP e confundindo a categoria”.
Esta visão é confirmada por
um dos coordenadores do sindicato, veja a mensagem enviada por ele:
Caros/as,
Espero que tenham tido boas
férias.
Nosso retorno nos impõe alguns encaminhamentos de luta - que inclusive foram deliberados por todos/as nós em junho.
Um
desses encaminhamentos era e é a PARALISAÇÃO ESTADUAL NO DIA 17/08. A
concentração está marcada para o trevo do satélite, de onde sairemos em Marcha
até o Palácio dos Despachos para continuarmos a pressionar por nosso PCCR e
pelo Piso Nacional.
Estivemos
mobilizando na semana passada e sabemos do atropelo de informações, fruto da
chamada da CNTE p/ a paralisação nacional.
O
MEC mudou a data da Olimpíada de Matemática p 17/8, por causa da Paralisação
Nacional. Algumas escolas se anteciparam e decidiram aderir ao dia 16/8. Outras
já remarcaram a prova para 18/8 e algumas preferiram realizar a prova e depois
ir para o ATO do dia 17/8.
De
qualquer maneira, nossa PRIORIDADE é a Marcha dia 17/08. Temos neste dia um
foco e precisamos da unidade e participação de nossa categoria para buscarmos
respostas que nos beneficiem.
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