Na última sexta-feira, 20/05, as inscrições para o projeto Aluno Integrado 2011, foram encerradas. A Universidade de Goiás e o MEC cumpriram o que estava previsto no cronograma. Tudo dentro da normalidade, certo? Certo, porém, uma coisa chamou a atenção deste blogueiro.
Por que o Aluno Integrado foi solenemente ignorado pela SEDUC-CTAE e pela maioria dos NTEs?
O único NTE a publicar referência ao AI foi o de Benevides (leia aqui). Outro NTE que mobilizou os alunos, via e-mail, foi o Núcleo de Castanhal, os demais silenciaram...
Este silêncio foi de propósito? É esta a nova marca da política de uso das TIC na educação proposta pela CTAE?
É uma pena, nossos alunos lamentam serem esquecidos!
Marcelo Carvalho
Ps. Esta é a 3ª postagem que fiz sobre o Aluno Integrado, nas anteriores tentei explicar a importância do projeto para alunos e professores. Parece que minhas palavras foram incapazes de sensibilizar quem de direito.
4 comentários:
Fala Marcelo...
Acho importante divulgar o histórico do Aluno Integrado para melhor entender o "silêncio" do NTE Ananin.
O programa foi lançado em 2009 com a turma piloto, da qual fui o Tutor, a idéia central do programa está bem clara nos posts anteriores do seu blog.
Ao final da turma piloto, na avaliação dos tutores em Brasília, alguns problemas foram detectados como por exemplo: a dificuldade de assessoramento ao aluno já que o curso é totalmente a distância e está modalidade ainda é uma novidade para nossos alunos do ensino médio, a grande carga horária 180 horas, inexistência de aulas presenciais para melhor apreensão do conteúdo, principalmente, na parte de manutenção de computadores.
Naquele momento ficou, em Brasília, fico acertado que os estados seriam responsáveis pela indicação e acompanhamento dos tutores que receberiam uma bolsa do MEC para realizar esse trabalho.
Quando o Aluno Integrado foi lançado em 2010 o discurso já havia mudado, a responsabilidade total pelo programa ficou sob as asas da Universidade de Goias, incluindo coordenação de tutoria. Os poucos tutores do pará que foram indicados pelos NTE, aos dávamos total assessoria, foram substituídos, paulatinamente, sem uma justa motivação, por tutores indicados pela UFG.
Naquele momento, a coordenação estadual do proinfo e a coordenação da CTAE não se pronunciaram, aceitaram as mudanças passivamente.
Os NTE ficaram de fora do processo, não recebemos mais informações dos responsáveis pelo Aluno Integrado, nenhum relatório, nenhuma solicitação.
Nem mesmo agora fomos informados oficialmente das inscrições para as novas turmas.
Sei que houve muita desistência em 2010 e que os poucos alunos que concluíram estão até hoje sem receber o certificado que é expedido pela UFG.
As inscrições para as turmas de 2011 começaram e não fomos oficialmente informados, nenhum e-mail. Tudo continua sob responsabilidade da UFG.
A "omissão" do NTE Ananin não é desinteresse ou descaso com nossos alunos, mas faz parte de um processo de omissão em relação ao Programa Aluno Integrado que existe desde o início do seu lançamento.
Espero ter contribuído para o esclarecimento dos fatos e para a compreensão de que os NTE estavam empenhados e dedicados em oferecer uma oportunidade de formação aos nossos alunos. Contudo, infelizmente, no caso do Aluno Integrado, o êxito não estava dependendo somente de nós.
Tony Cunha
Coordenador do NTE Ananin
Tutor da Turma Piloto do Aluno Integrado
Formador dos tutores do Aluno Integrado de Belém, Ananindeua, Abaetetuba, Benevides, Castanhal e Bragança.
Bom dia Tony,
Sou conhecedor de suas colaborações ao projeto Aluno Integrado, tanto como tutor, como coordenador do NTE Ananin, um dos mais produtivos de nosso estado.
Também conheço os problemas que marcaram as edições anteriores do projeto. Creio que ano passado foi um ano atípico: uma greve que coincidiu com o lançamento do Aluno Integrado, mudanças de secretário de educação, da coordenação do Proinfo, da CTAE, eleições etc.
Creio que esta conjuntura contribuiu para debilitar o projeto e precarizar seus objetivos e resultados.
O correto seria traçar uma avaliação, um diagnóstico e apontar soluções, revisões, enfim,aperfeiçoar o projeto Aluno Integrado.
Entretanto, não foi o que ocorreu, simplesmente, o ignoraram, abandonaram, o que é lamentável.
Em um estado em que existem poucas oportunidades de profissionalização para os jovens estudantes do Ensino Médio, desprezar um projeto como o Aluno Integrado é mais que contradição, é mais que negligência...
A sua fala confirma isto. Quando afirmas que não fostes informado oficialmente. Quem deve fazer tal comunicação? A quem cabe conduzir aqui no estado os projetos do MEC?
Quem tem a responsabilidade de implementar as ações?
Outra questão para refletir: o Aluno Integrado teve problemas, "não deu certo", então decretaram o seu fim!
Pois bem, o UCA também não deu certo, na Escola Rui Barbosa, os alunos nem receberam os computadores. Alguém propôs o seu fim?
O curso do Proinfo, Elaboração de Projetos, também ainda não obteve o sucesso esperado. Há muita evasão e ao final os professores cursistas, via de regra, não elaboram, executam e avaliam os projetos propostos de acordo com o conteúdo do curso, e aí, vão acabar com o curso?
Creio que em educação devemos ter cautela ao avaliar um projeto, em média, eles costumam apresentar resultados a médio e longo prazo, é preciso ajustar, avaliar, aplicar e reavaliar, é a continuidade e persistência que geram os resultados exitosos.
E sobre as bolsas, esta é a discussão menos relevante de toda esta história, creio que quem trabalha no NTE deve se dedicar a todos os projetos do PROINFO e da CTAE, independente de bolsas, pois os multiplicadores já recebem salários.
Obs. Não desconheço que alguns bolsistas do projeto não eram do NTE, neste caso a bolsa tem alguma relevância).
Marcelo Carvalho
Grande Marcelo....
Creio que o debate está enriquecido com nossos comentários..
Como acredito que todo debate pode gerar ações e avanços vamos deixar o canal aberto!!
Vale ressaltar que o NTE Ananin não teve nenhum formador como tutor e que o debate sobre tutoria faz parte do processo. Portanto, possui relevância igual a qualquer outro item do programa na hora de avaliar e ponderar resultados e procedimentos.
Abraço
Tony Cunha
É bom saber que o debate está favorecendo o amadurecimento de nossos pontos de vistas, concordo que o confronto de ideias pode melhorar nossa prática.
O debate saudável é este em que apenas apresentamos ideias, sem que isto abale nossa relação de amizade e companheirismo.
Só para esclarecer meu entendimento sobre as bolsas. Elas são importantes, complementam nossos salários e são justas por remunerar o trabalho do tutor ou orientador.
O que não acho correto é negligenciar um projeto ou ação em razão de não haver o pagamento da bolsa ou em razão do atraso deste.
Um abraço,
Marcelo Carvalho
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