sábado, 5 de maio de 2012

Eleições no SINTEPP: Você, professor, conhece os candidatos e suas chapas?




Nos dias 19 e 20 de junho, os trabalhadores em educação no estado do Pará, filiados ao SINTEPP, definirão a nova direção da entidade. Os eleitos representarão a maior e mais organizada categoria de funcionários públicos do Pará, com cerca de 30 mil sindicalizados.
Os eleitos exercerão o mandato no período 2012/2015.

Foram inscritas ao pleito as seguintes chapas:

- Chapa 1: Sintepp de lutas e conquistas, a chapa da categoria. Williams Silva e Mateus Ferreira são os candidatos à coordenação geral por esta chapa;

- Chapa 2: Luta educador: pela renovação do SINTEPP já! José Miguel da Costa Alves e Josy Anne Maria Quemel Ribeiro são os candidatos à coordenação geral por esta chapa;

- Chapa 3: Sintepp de cara nova: um novo começo de era; Luzia Canuto de Oliveira Pereira e Thiago de Castro Barbosa são os candidatos à coordenação geral por esta chapa;

- Chapa 4: Educação: compromisso pela categoria; Raimunda (Rai) do Socorro Costa Barreto e Luciene Moutinho Sales são as candidatas à coordenação geral por esta chapa;

- Chapa 5: Unidos em prol do interior: para fortalecer a política sindical nos municípios; Isaac Rodrigues Dias e Isabel de Almeida Sales são os candidatos à coordenação geral por esta chapa.

Talvez a simples menção ao nome dos candidatos explique pouco de suas intenções e filiações político-partidárias, assim, o blog buscou traçar o perfil de cada chapa.

A intenção desta postagem é informar a categoria sobre as chapas concorrentes e suas vinculações, para que cada professor habilitado possa exercer seu direito ao voto de forma consciente.

·        Chapa 1: Sintepp de lutas e conquistas. É a chapa da situação ou do grupo majoritário, dirigem o SINTEPP há pelo menos duas décadas, politicamente são vinculados ao PSOL;

·        Chapa 2: Luta Educador: pela renovação do SINTEPP já! É uma das chapas de oposição, embora alguns de seus membros participem da atual gestão do SINTEPP. Na composição da chapa constam membros da CONLUTAS e do Coletivo Luta Educador, politicamente prevalece o vínculo com o PSTU;

·        Chapa 3: SINTEPP de Cara Nova: Um Novo Começo de Era. É uma chapa de oposição, com o discurso da renovação, politicamente são vinculados ao PC do B;

·        Chapa 4: Educação: compromisso pela categoria. É outra chapa de oposição, politicamente são vinculados ao PT;

·        Chapa 5: Unidos em prol do interior. Esta é uma chapa de oposição, mas não somente ao campo majoritário que dirige o SINTEPP. Representa oposição à geopolítica do Estado do Pará, centrada na capital. A chapa 5, evidencia uma novidade política emergida do plebiscito sobre a reorganização territorial do Pará, é formada por representantes do Tapajós. Politicamente prevalecem os filiados do PSOL.

O quadro acima mostra que os partidos decidiram verificar qual sua real base política, daí a opção por formar chapas “quase puras”, sem coligações. Vão disputar voto a voto a representação da categoria.
A eleição no SINTEPP é proporcional, significa que dependendo do coeficiente de votos alcançados por cada uma das chapas, é que será definido o número de cargos que caberá a cada uma delas, como exemplo, se a chapa Y obtiver 30% dos votos, a chapa X 30%, a chapa Z 10%, a chapa P 15% e a chapa W 15%, os cargos serão distribuídos na mesma proporção.
É possível que a nova direção do SINTEPP seja mais plural, represente as diversas forças políticas que atuam no movimento sindical. Porém, o fato intrigante é que até o presente momento a campanha está morna, poucos debates e assembleias esvaziadas, nem as chapas e nem a categoria estão mobilizados, vamos torcer para que o cenário mude a partir dos próximos dias.
Marcelo Carvalho

5 comentários:

blog do Beto Andrade disse...

Li a postagem e teço aqui meu comentário particular:

Aparece muito o termo “oposição” e “renovação” (não só no blog, mas no processo como um todo), como se pudéssemos usá-lo abstraindo-se da realidade. E qual é a realidade?

OPOSIÇÃO: Muitos dos concorrentes que se colocam nesta condição são dirigentes eleitos atualmente no SINTEPP. Se defato não dirigem é outro debate. No dia-a-dia resta aos representantes da Chapa 1 todas as tarefas estaduais e em Belém de tocar o sindicato. Ou seja, muitos “oposicionistas” deveriam contribuir mais para o fortalecimento do sindicato. Lamentavelmente apenas neste momento se colocam como “alternativa”. Os representantes da chapa 2 só não dirigem hoje o sindicato porque na última eleição não alcançaram o mínimo para ter representação (10%) dos votos. Mesmo assim estão em direções de algumas subsedes, como Capanema, Ananindeua e Barcarena.

RENOVAÇÃO: Aí fica ainda mais complicado! Todas as chapas trazem nomes históricos para encabeçá-las! E há muitos que se apresentam como lideranças. E alguns o são de fato! Exemplo é a companheira Canuto do PC do B. Aliás, o PC do B está na direção atual como “cota” do campo majoritário.

A CUT (ou como preferes PT) detém cerca de 30% dos cargos na atual direção. Sua atuação, no entanto, está longe deste percentual.

A carga semântica da frase “dirigem o SINTEPP há pelo menos duas décadas” sugere burocratização sindical, mas que o próprio texto contradiz na introdução; “Os eleitos representarão a maior e mais organizada categoria de funcionários públicos do Pará, com cerca de 30 mil sindicalizados”. Coerência, dedicação e democracia ajudam a manter esta categoria como a mais organizada do Estado. Coerência porque enfrentou TODOS os governos. Não cedeu ao institucionalismo e nem tentou frear a luta frente a nenhum governo. Dedicação porque são companheiros incansáveis, que viajam toda esta imensidão territorial para fortalecer subsedes e ajudar na construção de uma consciência crítica e classista na educação e na sociedade. Democracia porque encaminha as deliberações da categoria. São Congressos Estaduais, Regionais, Plenárias estaduais e regionais, Assembleias e contribuições expontâneas. O sindicato é mantido por seus filiados. Além disso é o único sindicato a aplicar a proporcionalidade qualificada. Nem os sindicatos Cutistas, nem os ligados à CTB, nem os ligados à Conlutas fazem isso no Pará! Só serve para onde não são majoritários? Mesmo assim se arrogam democráticos. Poderiam começar a “democratizar” a luta sindical pelos sindicatos que dirigem!!!

Asseguro que até o último momento tentamos (Chapa 1) compor com companheiros de outras chapas. Aí concordo que estes talvez estejam procurando avaliar seu “peso” real na base. Talvez com exceção da chapa do oeste, cuja opinião partilho contigo.
Por fim, “é possível que a nova direção do SINTEPP seja mais plural, represente as diversas forças políticas que atuam no movimento sindical”. Espero que a pluralidade do resultado da eleição se configure no dia seguinte! Ou seja: que todos tomem o sindicato pra si e venham construí-lo de fato, ajudando a organizar mais a categoria e deixando uma forte ferramenta de luta para o futuro.

Professor Beto Andrade - Componente da Chapa 1. SINTEPP DE LUTAS E CONQUISTAS. A CHAPA DA CATEGORIA.

Marcelo Carvalho disse...

Alberto Andrade, obrigado pelo comentário e por estabelecer o debate.

Confesso que este era a real intenção da postagem, iniciar o debate sobre a eleição do SINTEPP, antes de escrever o texto, pesquisei na internet e não encontrei nada sobre a eleição, ou melhor, encontrei apenas o próprio site do sindicato e um blog, o do professor Clebernilson Abreu, que é de Porto de Moz, e que fez a seguinte postagem: http://clebernilson.blogspot.com.br/2012/05/eleicoes-no-sintepp-dificultam-possivel.html
Também encontrei material das próprias chapas, mas nenhum debate sobre a campanha e sobre o perfil das chapas, nem mesmo os nomes dos componentes de cada uma delas está disponível, apenas os dos candidatos à coordenação geral, talvez, derive daí qualquer exagero ou equívoco de minha postagem.
Por considerar a eleição assunto deveras importante é bom que o debate seja o mais amplo e que envolva outros atores, não somente os candidatos envolvidos na disputa eleitoral. O ideal é que toda categoria se apodere das propostas e decida de forma consciente e cidadã em quem votar.
Não vejo problema em identificar a chapa 1, como situação, como campo majoritário, isto é um fato. Se os demais segmentos tem representação na direção do SINTEPP e não o exercem, isto deveria ser avaliado nas assembleias e demais fóruns deliberativos do sindicato e posso afirmar que nunca vi ou li nenhuma critica como a que apresentas agora.
Interessante sua critica sobre a carga semântica de uma passagem do texto, o que dirás da carga semântica do nome de sua chapa: “SINTEPP de lutas e conquistas. A chapa da categoria”. Ao dizer que sua chapa é a da categoria, permite deduzir que as demais não as são, concordas?

Marcelo Carvalho

Anônimo disse...

Não tem a chapa do Jamente? Que alíás deveria se chamar, CARA DE PAU!

Marcão CTB disse...

É estranho um Sindicato tão importante, com uma categoria tão importante como dos trabalhadores da Educação, no Pará, o SINTEPP ter tão pouca preocupação com o fortalecimento do Sindicato. Existema cerca de 40 mil trabalhadores da educação da rede estadual e apenas 6 mil são sindicalizados, ou seja, apenas 15% dos trabalhadores integram o Sindicato.
O quadro ainda é pior com os trabalhadores da capital, onde a direção majoritária do SINTEPP perdeu o apoio da categoria e, para evitar derrota eleitoral, evita a sindicalização de novos companheiros. São apenas pouco mais de 400 sindicalizados da rede municipal e menos de 1.400 na rede estadual. Ou seja, são pouco mais de 1.800 trabalhadores da educação associados ao sindicato que representa dezenas de milhares de trabalhadores na capital. Porque? Apenas por serem rejeitados pela categoria?
É esse quadro atual no SINTEPP mas, temos fé de que uma nova era está sendo construida e teremos um Sintepp De Cara Nova muito em breve no SINTEPP e inicio da construção de um Sindicato Unitário, Classista, Democrático e Autonomo. Um SINTEPP de Cara Nova que represente e se preocupe com o conjunto da categoria, de todos os municípios, de todas as regiões, de todas as funções na categoria.

Marcão CTB disse...

Muito estranho o que ocorre no SINTEPP. Centenas de trabalhadores da educação, sindicalizados, em dia com as mensalidades sindicais são impedidos de votar na nova direção do SINTEPP, por que nos municipios onde trabalham e moram não tem subsede. Ora bola, a obrigação de organizar os trabalhadores é da direção e principalmente dos que dirigem (ainda) as entidades.
O grupo que hoje dirige o SINTEPP, do PSOL/APS repassam suas obrigações aos trabalhadores, apenas recolhem as constribuições sindicais dos trabalhadores mas querem impedir estes de votarem. O que é isso?
Mas tem remédio: Um Sintepp De Cara Nova, para um novo começo de era.