sábado, 11 de junho de 2011

Dia dos namorados

Hoje, véspera do dia dos namorados, utilizarei o blog em seu sentido primitivo, como um simples diário, registro de memória, nada de política, de compromissos profissionais ou intelectuais. 

Vou falar sobre como conheci minha namorada.

Conheci minha namorada em 1987, tínhamos 17 anos e estudávamos no Instituto de Educação do Para, o IEP. 
Foi paixão à primeira vista, mas não uma paixão fácil ou imediata, o caminho seria longo. Primeiro nos tornamos grandes amigos, daqueles que sempre estão juntos e que cobram pouco.
Íamos juntos aos shows no CENTUR, naquele tempo existia o Projeto Preamar e o Povo Vai à Praça. Aos domingos nos encontrávamos na Praça da República,  o tempo era generoso, corria devagar. E assim tecíamos nossa amizade, companheirismo e cumplicidade.
Em 1989, concluímos nossa formação inicial, nos tornamos professores. No início de 1990, passei no vestibular, ela estava lá, comemorou muito. Ainda no mesmo ano, fomos contratados para trabalharmos no Colégio Ideal, ela no ensino infantil e eu no fundamental, ministrando as disciplinas Educação Moral e Cívica e OSPB.
No Ideal continuávamos amigos e juntos participamos de nossa 1ª greve, fato raro em se tratando da rede privada de ensino.

Em 1995, foi a vez dela passar no vestibular e eu estava lá, comemorando com ela. Foi na UFPa que nossa amizade começou a ficar diferente, agora nos víamos todos os dias, passei a assistir as aulas do curso de letras, quase que desistia do curso de História, de tanto matar aulas pra ficar com ela.

Fim do semestre, férias. Eu, ela e um grupo de amigos decidimos passar alguns dias em Salvaterra, Marajó. Foi lá nosso primeiro beijo. 
No início foi estranho, pois nossa amizade já era madura, cada um conhecia os segredos do outro, pintou o medo de que o namoro pudesse abalar a amizade,  sem dúvida o risco era real, mas como diria Renato Russo "quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração".

Me formei em 1997 e ela em 1999, ano que decidimos dividir o mesmo teto, ela escolheu casar comigo no dia de meu aniversário, seria meu presente, lógico que aceitei.

Em 2003, fomos aprovados no concurso da SEDUC e fomos trabalhar juntos na Escola Rômulo Maiorana, lá continuamos engajados, politizados e participando das greves de nossa categoria (caramba! disse que não iria falar de política).

Ainda em 2003, nasceu nosso filho, o parto foi no dia de nosso aniversário de casamento que também é o dia de meu aniversário, fizemos uma tripla festa.

Continuamos namorando e todos os anos vamos à Salvaterra, lá encontramos nossa essência, de todos os lugares que passamos, IEP, CENTUR, Praça da República, UFPA, é no Marajó que encontramos a vibração do primeiro beijo.


Para a Tânia, minha namorada

Vieste na hora exata
Com ares de festa e luas de prata
Vieste com encantos, vieste
Com beijos silvestres colhidos prá mim
Vieste com a natureza
Com as mãos camponesas plantadas em mim
Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens, prá dentro de mim
Meu amor
Vieste a hora e a tempo
Soltando meus barcos e velas ao vento
Vieste me dando alento
Me olhando por dentro, velando por mim
Vieste de olhos fechados num dia marcado
Sagrado prá mim
Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens, prá dentro de mim


Ivan Lins / Vitor Martins


Marcelo Carvalho

Nenhum comentário: