terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Aniversário de Ananindeua

Uma vez escrevi uma crônica na qual dizia que ninguém escolhia morar em Ananindeua, principalmente, na Cidade Nova. Os moradores daqui, em sua maioria, são originários de Belém, expulsos pela especulação imobiliária, este é o meu caso.

Confesso que levei alguns anos para criar intimidade com esta cidade, a conhecer seus contornos, suas nuances, entretanto, reconheço que esta intimidade é parcial, limitada. Conheço apenas a Cidade Nova. No PAAR, no Distrito Industrial, no Júlia Sefer sou um estrangeiro, me perderia facilmente por suas ruas. Ananindeua é múltipla, são várias cidades em uma só, cada parte vive sua independência, relacionando-se muito mais com Belém do que consigo mesma.

Talvez a Cidade Nova venha a se configurar como o centro da cidade, em razão da disponibilidade de serviços públicos e comércio e também pela articulação do transporte público que interliga a Cidade Nova às “outras Ananindeuas”.

Ananindeua já não é mais a cidade dormitório de outrora, muitos como eu, moram e trabalham aqui, alguns de meus alunos declaram que nunca foram nos pontos turísticos mais badalados de Belém, como: Ver-o-Peso, Teatro da Paz, Museu Emílio Goeldi etc. Quero dizer que aqui já existe uma geração de moradores legítimos, nascidos e criados na terra do Ananin.

Mais a cidade ainda guarda algumas características da cidade dormitório, revelada principalmente no aspecto cultural. Aqui não tem cinema, teatro ou centro cultural. Suas praças carecem de manutenção e atrativos.

Qual o patrimônio histórico da Cidade Nova? A paisagem atual em nada lembra a Cidade Nova dos anos 80. Seria importante refletir sobre a história e memória do lugar e de seus moradores.

Um bom presente para a Ananindeua seria um centro cultural, talvez no modelo do CENTUR, com cinema, teatro, biblioteca, museu e espaço livre (com a praça, jardim e coreto). É pedir muito, caro leitor?

Marcelo Carvalho

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Marcelo,
Você tem razão ao constatar a ausência de um patrimônio histórico na cidade de Ananindeua, onde residi por 10 anos. Circunstâncias me trouxeram de volta à minha querida Belém, mas veio comigo a certeza que a Cidade Nova têm um grande patrimônio imaterial, esse mosaico cultural que se transformou a Cidade Nova, que recebe a todos com carinho.

Roberto Martins

EMANUEL M. disse...

Ainda lembro bem de grandes casarões rurais com piscinas e imensas áreas verde que Ananindeua possuía. Muito do patrimônio histórico e ambiental foi perdido graças a negligência de vários prefeitos, e testemunhei um pouco disso.