É bom escrever para postar no blog, é um exercício, uma luta constante encontrar assuntos e manter o blog atualizado, se possível com postagens diárias. É assim a luta do blogueiro em busca da fidelidade da audiência dos seus leitores. Mas o que quer o blogueiro? Além de disseminar seus pensamentos e colocar suas ideias em debate, o blogueiro quer ver as respostas, as reações de seus leitores.
Algumas vezes posto um texto e imagino que terei dois ou três comentários e nada, absolutamente nada acontece. Outras vezes posto alguma coisa e sou surpreendido com os visitantes que o elegem o post, a minha revelia e deixam generosamente seus comentários.
Minha última surpresa foi a postagem sobre a orquestra de Violoncelistas da Amazônia (ler aqui), o texto que publiquei nem foi escrito por mim, foi enviado pela Rosy Marcondes, mãe de um dos meninos-músicos, professora e ex-tutora do Curso Mídias na Educação. O curriculum dela é extenso, embora agora percebo que seu maior título é ser mãe de um músico talentoso e que certamente terá um futuro brilhante. A professora Rosy é mãe coruja assumida e militante da orquestra, ela envia a agenda dos músicos e eu faço apenas postar aqui no blog.
Isto posto, pensei que a postagem do blog seria apenas mais uma, que em pouco, uma semana, no máximo, sumiria da página principal do blog e repousaria no índice dos arquivos do mês e nada mais.
Mas, para minha surpresa foi a postagem com maior número de comentários do mês, e olha que escrevi sobre cursos de mestrado, edital do UCA, Extinção da SEED, etc. Assuntos que julguei, equivocadamente, que dariam algum debate.
Ontem escrevi sobre os catadores e sobre um documentário brasileiro que está concorrendo ao OSCAR, e falei um pouco, quase nada, sobre meu trabalho de mestrado.
Hoje ao acessar meu vício-blog, encontro um belo comentário, misto de elogio e autobiografia do comentarista, com pitadas de reconhecimentos e ternos conselhos sobre minha ausência de espiritualidade. Os comentários, recompensa sublime de todo blogueiro, serviu de inspiração para mais esta postagem.
E por gratidão ao visitante-comentarista - também blogueiro viciado- publico, aqui seu comentário-inspiração:
- Luis Cavalcante disse...
- Exílio Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Gonçalves Dias Marcelo, teu blogue ficou verde e muito mais bonito. Visito outros blogues - que ajudamos a criar, e os encontro semelhantes a órfãos abandonados. O que houve? Estão tão sós. E como se suas almas tivessem sido arrancadas dos corpos. São Jardim sem rosas, namoro sem beijos, circo sem palhaços, meninos sem carrinhos, noite sem luar, laboratório sem Linux. Parece que está voltando a solidão, a mesmice que tanto combatemos... A vida é a arte da repetição... Repetimos os erros, as festas de aniversários, o amor e a infelicidade. Repetimos os textos, que escrevemos tão convictos que eram únicos e originais. Repetimos as roupas, os amores, as orações. Repetimos os mantras, as promessas, os sonhos e a solidão. Parece que a vida é um eterno repetisse. Nesta noite, sozinho, eu revivo a mesma sensação de impotência. Impotência, diante de Deus, que tu temas em não acreditar. Impotência diante do blogue, esse ser que me enfeitiçou e me fez tantas vezes sonhar. Repito as palavras, expressões. Repito tantos argumentos, que não cabe em um coração. Coração envelhecido, de um homem que olha para vida e vê o presente atordoado se transfigurar em passado... Sou o exílio. Um ser apartado das coisas que mais amou.
Marcelo Carvalho